Plano Safra precisa ser ferramenta de apoio, não de abandono, por Coronel Fernanda 3f4fx

Publicado em 23/04/2025 08:37
Coronel Fernanda é deputada federal por Mato Grosso.

O Brasil que dá certo começa no campo. É lá que o suor do produtor rural sustenta mais de um quarto do nosso PIB (Produto Interno Bruto), garante comida na mesa do brasileiro e responde por parte expressiva das nossas exportações. Mas, infelizmente, quem planta colhe hoje o abandono. O Plano Safra, que deveria ser uma política robusta de apoio, virou um jogo de empurra entre discursos ideológicos e a falta de compromisso real com o agro brasileiro. 4k3sq

Em meio a um cenário de incertezas climáticas, alta nos custos de produção e queda nos preços das commodities, o mínimo que o setor esperava era segurança — segurança no crédito, no seguro rural, e na institucionalidade. Mas o que vemos é o contrário: insegurança generalizada.

A falta de recursos para o seguro rural é uma tragédia anunciada. O produtor já não pode contar com uma proteção mínima contra perdas. O resultado? Risco maior, menos financiamento e juros cada vez mais altos. E o pequeno e médio produtor — aquele que não tem o a grandes estruturas nem a capital estrangeiro — acaba sendo o mais penalizado.

O governo insiste em soluções fantasiosas, tentando empurrar o agronegócio para o mercado de capitais como se isso fosse a panaceia para todos os males. Essa estratégia pode funcionar em um ou outro nicho, mas não para o Brasil real, das regiões produtivas que enfrentam seca, excesso de chuvas, pragas e estradas esburacadas. A financeirização do campo, com verniz “verde”, pode agradar investidores internacionais, mas não resolve o drama de quem lida com a terra de verdade.

E tudo isso se agrava porque falta compromisso claro com a segurança jurídica. Ameaças de novas demarcações, lentidão na regularização fundiária e moratórias impostas sem diálogo apenas aumentam a incerteza e afugentam investimentos.

O Plano Safra 2025/2026 precisa ser mais do que uma peça publicitária para agradar organismos multilaterais. Precisa ser uma ferramenta concreta de apoio ao produtor rural brasileiro. O agro não é vilão — é herói da economia nacional. E heróis devem ser tratados com respeito, não com desprezo travestido de modernidade.

É hora de parar de brincar com o futuro do Brasil. O campo pede socorro, e nós, na Câmara dos Deputados, seguiremos firmes na luta por um Plano Safra justo, com crédito ível, seguro fortalecido e políticas públicas que enxerguem o produtor como parceiro — não como inimigo.

Fonte: Agência FPA

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