"Mundo redescobriu que as commodities são fundamentais", afirma Marcos Jank 5r5w4m

Publicado em 14/06/2022 10:45

216v6n

"O mundo redescobriu que as commodities são fundamentais", afirmou o coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Jank, na abertura do do Enssoja 2022 (Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja) na noite desta segunda-feira (14). Jank destacou em sua apresentação qual o papel do Brasil no atual macrocenário, principalmente nas discussões sobre segurança alimentar que voltaram a se intensificar nos últimos meses, principalmente com o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, que represou a oferta de milhares de toneladas de grãos em ambos os países. 

O número de países que possuem alimentos em volumes excedentes é bastante diante do número daqueles que precisam importá-los, em um movimento que ainda é encabeçado pela China. No entanto, há inúmeras nações na Ásia e na África que continuarão demandando muito e que precisam destes alimentos para continuarem se desenvolvendo. 

"A Ásia não teria crescido o que cresceu sem importar o que importou", disse. "E a soja do Brasil não seria o que é hoje se não fosse a Ásia. E as perspectivas continuam sendo muito positivas para a soja do Brasil". 

Embora estes conceitos estejam consolidados e tenham promovido uma verdadeira transformação no agronegócio global, as relações internacionais têm sido revisitadas, discutidas e preocupam de alguma forma. Afinal, ainda de acordo com o especialista, há no mundo mais populações no mundo vivendo sob regimes autoritários e ditatoriais, do que democráticos. 

"Desde o final dos anos 90 a globalização já dava sinais de que estava andando pra trás", explica Jank, o que justifica o atual quadro geopolítico, o duro conflito em andamento e tudo isso culminando, inclusive, em restrições nas exportações de alimentos por alguns países. "Temos que pensar e promover segurança alimentar e não nacionalismo alimentar", reforça. 

Marcos Jank durante o Enssoja 2022 - Foto: Divulgação

SOBRE A CHINA

Ainda assim, Jank afirma que a China seguirá como um dos principais clientes do agronegócio brasileiro, destacando não só a soja, mas também a carne bovina. O consumo atual chinês desta proteína que hoje é de quatro quilos por habitante ao ano - contra 25 quilos no Brasil, por exemplo - deverá continuar subindo e, a cada quilo que se aumenta nesta relação por habitante, são 1,5 milhão de toneladas de carne importada pela nação asiática. 

"Há uma relação de interdependência entre Brasil e China", frisa o representante do Insper. 

REVOLUÇÕES AGROPECUÁRIAS

Para que tudo isso seja possível e todo esse incremento de oferta continue chegando, o Brasil deverá seguir trabalhando com sustentabilidade, consolidando ainda mais a revolução agropecuária desta década, ainda na visão de Marcos Jank: o sistema Integração Lavoura Pecuária. 

"A nossa agricultura vai avançar no pasto. A produtividade das pastagens tem evoluído muito, os pastos têm diminuído sua área e assim a agricultura evolui sobre eles. Essa é a grande revolução desta década, o sistema ILP", diz.

E com custos elevados em todas os elos da cadeia produtiva, a segunda revolução terá que ser logística. Será necessário uma otimização das despesas logísticas para que, entre outros desafios, os produtores mantenham-se competitivos. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS 3if1d

Importações de óleo de palma pela Índia saltam 87% em maio, dizem comerciantes
Agora considerado área livre de febre aftosa, Brasil precisa redobrar o cuidado para manter esse status
CoffeeCast #20 – Investimentos para fortalecer a cafeicultura brasileira
Securitização e Prorrogação: No RS, produtores não devem desfazer mobilizações até medidas concretas
Febrac avalia impacto do reconhecimento do Brasil livre de aftosa sem vacinação
Inauguração do Terminal de Aviação Executiva Luzia Maggi Scheffer coloca Mato Grosso definitivamente no mapa do setor
undefined