Defesa de Lula diz que órgão da ONU aceitou registrar acusações contra Lava Jato 4b3f10

Publicado em 27/10/2016 06:19

216v6n

SÃO PAULO (Reuters) - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aceitou registrar as acusações de violações dos direitos humanos feitas pelos advogados do ex-presidente contra procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, um dos responsáveis pela defesa de Lula, afirma que o órgão da ONU aceitou as acusações de que a Lava Jato violou direitos do ex-presidente em um "primeiro juízo de issibilidade" e deu prazo de dois meses para o governo brasileiro apresentar "informações ou observações relevantes à questão da issibilidade da comunicação".

Entre as ações de Moro e dos procuradores apontadas como violações dos direitos humanos de Lula, os advogados do ex-presidente mencionam a condução coercitiva contra Lula em março deste ano, a divulgação por Moro de conversas telefônicas do ex-presidente interceptadas com autorização da Justiça e o que os advogados afirmam ter sido antecipação de juízo contra Lula cometido por Moro.

"Avançamos mais um o na proteção das garantias fundamentais do ex-presidente com o registro de nosso comunicado pela ONU", disse o advogado na nota.

"É especialmente importante saber que, a partir de agora, a ONU estará acompanhando formalmente as grosseiras violações que estão sendo praticadas diariamente contra Lula no Brasil."

Lula é réu em duas ações penais ligadas à Lava Jato. Em uma delas, que tramita na Justiça Federal do Distrito Federal, o ex-presidente é acusado de tentar obstruir as investigações da operação. Na outra, que tramita com Moro na Justiça Federal do Paraná, ele é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS por meio de um apartamento tríplex no Guarujá e pelo pagamento do armazenamento de seus bens pessoais.

É réu, ainda, em uma terceira ação penal, esta ligada à operação Janus que investiga a construtora Odebrecht, em que é acusado de receber propina para beneficiar a empreiteira na obtenção de contratos em Angola com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este processo também tramita na Justiça Federal do Distrito Federal.

A defesa de Lula afirma que ele é alvo de "lawfare" (guerra jurídica) e que foi escolhido como inimigo político a ser perseguido.

Procurada, a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná, onde Moro atua, disse que o juiz não se manifestará.

O Ministério Público Federal do Paraná, onde atuam os membros da força-tarefa da Lava Jato, também informou que não comentará.

(Por Eduardo Simões)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS 3if1d

Coalizão de frentes parlamentares se unem contra MP ‘Taxa-Tudo’
Usina de enriquecimento de urânio do Irã acima do solo em Natanz foi destruída, diz chefe da AIEA
Wall St termina em forte queda com retaliação do Irã contra ataque de Israel
Dólar fecha estável no Brasil em dia de tensão após ataque de Israel ao Irã
Ibovespa tem queda modesta com Petrobras amortecendo aversão a risco com Oriente Médio
Irã dispara menos de 100 mísseis contra Israel; a maioria foi interceptada, dizem militares israelenses