Dólar salta mais de 1,5% e encosta em R$ 3,25, de olho em Fed e eleição dos EUA 3x4n55

Publicado em 01/11/2016 17:34

216v6n

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou mais de 1,5 por cento e encostou no patamar de 3,25 reais nesta terça-feira, pressionado pelos temores com a eleição norte-americana e antes do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.

O dólar avançou 1,61 por cento, a 3,2412 reais na venda, depois de bater 3,2552 reais na máxima do dia. Com o resultado deste pregão, a baixa de 1,90 por cento da moeda norte-americana acumulada em outubro foi praticamente anulada.

O dólar futuro operava com alta de cerca de 1,7 por cento no final desta tarde.

"O mercado piorou quando saiu notícia dizendo que o (candidato republicano Donald) Trump ou à frente de Hillary (Clinton, democrata) nas pesquisas de intenção de voto", comentou o analista de câmbio da corretora Gradual Investimentos, Marcos Jamelli.

Desde que o FBI anunciou que vai investigar emails pessoais de Hillary enquanto era secretária de Estado, a candidata democrata à Presidência dos EUA vem perdendo força na corrida eleitoral. A eleição está marcada para o próximo dia 8.

Pesquisa da ABC/Washington Post mostrou o republicano 1 ponto percentual à frente da democrata. Em outro levantamento feito na véspera, da Reuters/Ipsos, Hillary havia diminuído a diferença para Trump, mas ainda liderava a disputa com 5 por cento de diferença.

O peso mexicano, um dos mais sensíveis nessa pesquisa por conta da postura radical de Trump com relação aos imigrantes, ou o dia com forte queda ante o dólar.

"Amanhã tem Fed e estaremos de folga. E agora surge esse aperto nas pesquisas de intenção de voto nos EUA", emendou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora, referindo-se ao feriado do Dia de Finados e que manterá os mercados brasileiros fechados.

Na quarta-feira, o Fed não deve mudar a taxa de juros, mas se prepara para um cenário de alta em dezembro em meio a sinais de que a economia está acelerando.

O Fed tem elevado cada vez mais a confiança sobre alta dos juros e sua chair, Janet Yellen, disse em setembro que uma mudança antes do final do ano era provável se o emprego e a inflação continuassem a se fortalecer.

As chances de novo aperto monetário em dezembro estavam em 78 por cento, segundo o FedWatch do grupo CME. Atualmente, a taxa de juros dos EUA está entre 0,25 e 0,50 por cento.

Eventual aumento nos juros na maior economia do mundo tende a atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, o que poderia pressionar o câmbio local.

"Acho que o Fed não vai trazer novidade em termos de juros, mas a reunião traz cautela", comentou pela manhã o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Operadores também ressaltaram o fato de que, na noite ada, terminou o prazo para regularização de ativos brasileiros no exterior, o que vinha contribuindo para puxar o dólar para baixo nos últimos pregões.

O governo conseguiu arrecadar 50,9 bilhões de reais com multas e impostos, o equivalente à regularização de 169,9 bilhões de reais em ativos.

O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos em swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda.

Veja também a reação do Ibovespa:

>> Receio com eleição nos EUA pesa e Ibovespa cai 2,18%

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS 3if1d

Dólar fecha no menor valor do ano no Brasil com foco em pacote fiscal e exterior
Juros futuros caem com mercado atento ao noticiário sobre pacote fiscal
Governo recua no IOF, mas insiste em elevar carga tributária sem cortar gastos, criticam tributaristas
BR-101 lidera ranking de combustíveis mais caros entre as principais rodovias do País em maio, segundo Edenred Ticket Log
Wall Street abre em alta com início de negociações comerciais entre EUA e China
Ibovespa recua com Petrobras e Itaú entre maiores pressões e medidas fiscais no radar