Café: Preços disparam com risco climático no Brasil, aponta Hedgepoint Global Market 4q3329
Após recuarem em maio, os preços futuros do café se elevaram nos últimos dias devido a uma nova frente fria que estava prevista para chegar ao Brasil. A previsão de temperaturas abaixo da média para a maioria das regiões produtoras de café do país levantou preocupações sobre possíveis geadas. r3x5a
“Embora as previsões atuais não indiquem riscos de geada, a maioria dos modelos é mais precisa no curto prazo, mantendo a incerteza no mercado e pode levar às novas altas. Também é importante observar que os estoques certificados pela ICE para arábica e robusta caíram abaixo dos níveis de 24/25 novamente na última semana, levantando preocupações”, diz Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Market.
Segundo a analista, o mercado também ficou tecnicamente sobrevendido, levando à cobertura e intensificação dos ganhos na última na quinta-feira e nesta segunda-feira. Com isso, o contrato de julho do arábica subiu 4,9% nos últimos sete dias, fechando a segunda-feira a 361,55 centavos de dólar por libra-peso. “O inverno no Brasil tende a trazer mais volatilidade ao mercado, então podemos ver mais altos e baixos nos próximos meses. O contrato julho do Robusta, fechou a 4.522 USD/mt no dia 9 de junho, 1% superior à última segunda feira", explica.
No entanto, de acordo com análises da Hedgepoint Global Markets, as preocupações se concentram principalmente no curto prazo, conforme destacado pelo aumento nos spreads de julho a setembro. No médio prazo, no entanto, o mercado tende a ser mais baixista, especialmente para o robusta, à medida que a safra 25/26 do Brasil e da Indonésia prossegue e a disponibilidade de café aumenta. “No Brasil, os trabalhos de campo já estão em linha com os níveis médios (veja nosso relatório de progresso da colheita), e uma safra maior de Conilon é esperada. Enquanto isso, a colheita da Indonésia está avançando em ritmo acelerado, com mais café entrando no mercado”, diz.
O clima tem sido favorável na Indonésia desde o final de 2023, ajudando na recuperação do ciclo 24/25 e um novo aumento em 25/26. Desde o ano ado, produtores estão mais capitalizados devido ao aumento dos preços do robusta. “Eles investiram em novas áreas e nos tratos culturais das lavouras (com uso de insumos). Isso nos levou a aumentar nossas estimativas para o ciclo 25/26 para 11,8 M de sacas, um aumento de 5% em relação ao ciclo 24/25”, explica.

A maior disponibilidade de café no país durante a entressafra do Brasil também levou ao aumento das exportações em 2025. O ciclo anterior terminou com alta de 12,4%, e o primeiro mês da temporada 25/26 também teve embarques acima da média. Segundo Laleska, diante desses fatores, esperam-se números de exportação da Indonésia no ciclo 25/26, considerando especialmente os diferenciais mais competitivos para os cafés asiáticos.

Ainda de acordo com a analista, com produtores brasileiros menos ativos no mercado nos últimos meses, a Indonésia não é o único país a aumentar suas exportações. Uganda, o maior produtor de café Robusta da África, também teve aumento das exportações no ciclo 24/25 (out/24 a set/2025).
“Desde meados de 2024, os embarques do país apresentam resultados acima da média, com maiores importações de destinos como EUA e UE. O apoio financeiro do governo e o clima favorável também podem levar ao aumento da produção e das exportações na temporada 25/26. O país iniciou sua colheita principal nas regiões de Masaka, Oeste e Sudoeste, bem como sua colheita secundária nas regiões Central e Leste, o que deve aumentar a oferta do país”, explica.

Com esse desenvolvimento, espera-se que as preocupações com a oferta de Robusta diminuam, o que pode levar a uma correção no contrato de julho, uma vez que os riscos climáticos no Brasil diminuam.
O contrato de setembro também pode enfrentar pressão devido à maior produção atual no Brasil, Indonésia e Uganda, bem como às condições climáticas favoráveis no Vietnã que estão ajudando no desenvolvimento da temporada 25/26. Nesse cenário, o e aos preços do Robusta é limitado no médio prazo.
Nesse sentido, o potencial de recuperação dos preços está principalmente ligado às condições climáticas no Vietnã e no Brasil para o restante de 2025. No Vietnã, chuvas insuficientes nos próximos meses podem afetar negativamente a safra 25/26. “Enquanto isso, no Brasil, a possibilidade de geada durante o inverno representa um risco e, se setembro trouxer um clima mais seco, a volatilidade do mercado pode aumentar devido aos possíveis efeitos na temporada 26/27.
No entanto, as previsões atuais para ambos os países permanecem favoráveis, portanto, apesar da alta desta semana, esperamos valores mais baixos nos próximos meses, por enquanto”, finaliza.
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