Em meio à perspectiva de uma safra menor e da retração vendedora, milho tem alta semanal de até 20% no Brasil 6bt57
No mercado interno, as cotações do milho também subiram essa semana, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes. A praça de Araçatuba (SP), foi a que registrou a maior valorização, de 20,01%, com a saca do cereal a R$ 41,03. Em São Gabriel do Oeste (MS), o ganho foi de 12,90%, com a saca a R$ 35,00. Na região de Jataí (GO), o preço do milho subiu 9,38%, com a saca a R$ 35,00.
Nas praças de Mato Grosso, Sorriso, Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, a alta ficou em 7,14%, com a saca do milho a R$ 30,00. Já no Paraná, em Ubiratã, Londrina e Cascavel, a valorização foi de 1,49%, com a saca do milho a R$ 34,00. Em Avaré (SP), a alta ficou em 2,64%, com a saca a R$ 38,10. Nas outras regiões, a semana foi de estabilidade aos preços do cereal. Em Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 fechou a sexta-feira a R$ 34,00, e uma queda de 2,86%.
No mercado doméstico, os participantes do mercado seguem atentos ao andamento da colheita da segunda safra. "A queda que observamos nos últimos 15 dias é decorrente da entrada da segunda safra no mercado, que apesar da quebra está chegando. Temos quase 30% da produção já colhida, porém, em razão da profunda quebra na safra, ainda teremos um mercado muito apertado no segundo semestre de 2016 e primeiro trimestre de 2017", disse o consultor de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão.
Por enquanto, os relatos vindos dos campos têm indicado produtividades abaixo do que era esperado. E o clima continua sendo uma preocupação para os produtores rurais. Isso porque, essa semana chuvas fortes foram registradas em algumas localidades do Paraná e acamaram muitas lavouras do cereal. No Centro-Oeste, os agricultores estão atentos ao clima bastante seco e as altas temperaturas que têm ocasionado fogo voluntário em algumas plantações.
Em sua última projeção, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a produção brasileira em 43 milhões de toneladas de milho na segunda safra. "Trabalhamos com uma produção de 45 milhões de toneladas, uma quebra de mais de 10 milhões de toneladas no potencial produtivo do cereal. E temos que reforçar que iremos colher as lavouras mais afetadas pelo clima a partir de agora. Acreditamos que nos próximos 15 a 20 dias, o mercado interno volta a subir e podemos ter valores recordes", pondera Galvão.
"A colheita está andando e os relatos de produtividade estão abaixo do que o esperado. Com isso, a janela para comprar milho barato está ando e as empresas consumidoras precisam se posicionar. Acredito que nos próximos 10 a 20 dias, os preços devem voltar ao patamar de R$ 50,00 a saca na região de Campinas/SP. Ainda assim, o período crítico deverá ser observado no primeiro trimestre de 2017", explica o consultor de mercado Ênio Fernandes.
Além disso, a retração nas vendas por parte dos produtores rurais contribui para a firmeza no mercado, ainda segundo os analistas. Apesar da colheita em andamento, os agricultores têm negociado a safra mais parceladamente, para aproveitar as os preços.
Dólar
A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,2543 na venda, com queda de 0,16%. Na semana, a desvalorização foi de 1,22%. Segundo a agência Reuters, o pregão foi marcado por poucos negócios e com o foco no noticiário externo. Hoje, foram reportados dados econômicos fortes na China e nos Estados Unidos, mas também houve cautela após o ataque na França, que ocorreu nesta quinta-feira.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho trabalharam com extrema volatilidade nos últimos dias e como resultado registraram mais uma semana negativa. De acordo com o levantamento do Notícias Agrícolas, as principais posições da commodity acumularam desvalorizações de pouco mais de 1% essa semana.
Ainda hoje, as cotações também testaram os dois lados da tabela, mas recuaram e encerraram o pregão com perdas entre 5,50 e 6,75 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,52 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,58 por bushel. Já o março/17 fechou o dia a US$ 3,66 por bushel.
E, nesse momento, o principal direcionador dos preços tem sido o comportamento climático nos Estados Unidos. Isso porque, a safra norte-americana está em um momento de consolidação, já que grande parte das lavouras do cereal está em fase de polinização, uma das mais importantes e de definição de produtividade. Tanto é que as cotações subiram no início da semana com o impulso das previsões climáticas indicando um clima mais e quente no Meio-Oeste do país.
Contudo, mais ao final da semana, novas informações reportadas indicavam uma redução na duração das altas temperaturas previstas em todo o cinturão produtor do cereal no país a partir da próxima semana. No caso das chuvas, a perspectiva é de que as precipitações deverão ficar um pouco acima do que o projetado anteriormente e o que pode ajudar a proteger as lavouras contra o calor abrasador.
Entretanto, as previsões mais alongadas ainda indicam período mais quente e seco no Meio-Oeste do país. No intervalo de 22 a 28 de julho, as temperaturas deverão ficar bem acima da média, de acordo com projeção do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país e indicado no mapa abaixo. Já as chuvas, deverão ficar abaixo da normalidade no mesmo período.
Temperatura prevista nos EUA entre os dias 22 a 28 de julho - Fonte: NOAA
Chuva prevista nos EUA entre os dias 22 a 28 de julho - Fonte: NOAA
Ao longo da semana, os analistas já haviam reforçado que esse período é de intensa volatilidade aos preços no mercado internacional dada a velocidade em que as previsões climáticas são divulgadas. Os principais institutos meteorológicos atualizam as informações sobre o comportamento do clima diariamente.
Inclusive, esse deverá continuar sendo o foco dos participantes do mercado até que haja a confirmação da safra. Ainda essa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra 2016/17 em 369,34 milhões de toneladas. A área cultivada com o grão foi projetada em 38,08 milhões de toneladas. Até o momento, em torno de 76% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, ainda segundo o departamento.
“Ainda hoje também tivemos a influência de grandes especuladores no mercado que estavam mais nervosos depois do ataque em Nice, sul da França”, disse Bob Burgdorfer, editor e analista do site Farm Futures.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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