China X EUA: Encontro mantém mercado cafeeiro operando em sinal de alerta, e traz preocupação sobre o futuro da indústria e da demanda global 225t61
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O cenário de incertezas sobre a economia global continua levando as bolsas ao redor do mundo trabalharem com fortes e rápidas oscilações. A notícia de que representantes dos governos dos EUA e China irão se encontrar, oficialmente, em Genebra, na Suíça, neste sábado (10), pode ser o primeiro o para um possível acordo entre as duas maiores economias do mundo.
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Segundo especialistas do mercado cafeeiro ouvidos pela produção do Notícias Agrícolas, neste momento, o encontro que tem sido chamado de "quebra-gelo" não deverá abordar a questão do setor cafeeiro, uma vez que os dois países são apenas consumidores da bebida. Mas, apesar de trazer um clima de otimismo ao mercado, gera preocupação sobre o futuro da indústria cafeeira e sobre a demanda global do produto.
Veja o que dizem os especialistas:
Lúcio Dias, consultor em agronegócios
"Esse assunto de tarifas está muito complexo e difícil. Acredito que em um primeiro momento não tratarão do café, pois estes dois países são só consumidores, mas diante da situação atual do mercado a preocupação fica com a indústria norte americana, pois eles serão os grandes prejudicados e terão que rear tarifas caso elas entrem em vigor. Com a escassez mundial e o preço internacionalizado, quem irá pagar a conta será o consumidor. A indústria americana está fazendo um enorme trabalho para ficar livre das tarifas. Em minha opinião, se estivéssemos em fase de excesso de produção quem pagaria as tarifas seria o produtor. Apesar que temos um determinado reflexo, pois os diferenciais têm aberto bastante".
Haroldo Bonfá, analista de mercado e diretor da Pharos Consultoria
"Fico muito preocupado com os produtores de soja e milho americano, que vendiam muito para a China e agora com essa sobretaxa de 125% para os produtos exportados pelos Estados Unidos a China, deve virar zero esse volume da enorme safra americana, que deverá procurar outros destinos, entre eles o Brasil e a Argentina, que por sua vez devem suprir a ausência dos EUA. Já no tocante ao café, a preocupação é apenas a queda de renda do chinês, que não deve ocorrer no médio prazo, pois a bebida na China é apenas consumida pela classe média alta".
Vicente Zotti, analista e sócio-diretor da Pine Agronegócios
"Sobre o contexto do café, os anúncios de como ficarão as tarifas do Vietnã, Indonésia, Colômbia e Brasil são mais relevantes. Mas, se houver um acordo onde as tarifas não joguem os Estados Unidos ou China em recessão, o cenário é positivo quanto a demanda global. Outro fator é que, se o clima de otimismo voltar ao mercado, os especuladores podem aumentar ainda mais suas posições compradas, puxando os futuros para cima. Lembrando que o clima de otimismo é devido esse ponto macro, mas o mercado ainda opera em sinal de cautela".
Fernando Maximiliano, analista de café da StoneX
"Para o café não muda muita coisa porque a China e os Estados Unidos não têm nenhuma relação comercial forte com o produto. O que esse embate das tarifas pode trazer para o café é um impacto no ponto de vista macroeconômico, pois a escalada do problema gera aversão ao risco e aí os investidores fogem de ativos de risco, que inclui o café. Em um cenário de extensão você tem os investidores com apetite maior para o risco, mas quando foi anunciado as tarifas a gente viu foi uma fuga, até dos fundos de investimento. Então assim, vejo que essa relação Estados Unidos e China está muito mais ligada a questão macro do que o café em si".
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